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29 de dezembro: Dia da Comunicação

Fig01: Juno finalmente se aproxima de Júpiter.

Certamente a Comunicação é o dom mais genial e fascinante de uma sociedade.  Há anos, filósofos e  sociólogos  afirmam  que  uma sociedade evoluída é  aquela capaz de se comunicar. Entretanto,  comunicar-se é se lançar no escuro, romper os medos  do desconhecido e enfim, se manifestar, se expor.

Comunicar-se é tarefa difícil, se  não tomar cuidado  acaba-se em uma torre de Babel  e ninguém  entende  ninguém. Mas comunicar-se é poder.  E justamente no dia em que o Portal Parintins 24 Horas completa 4 aninhos de vida, sua Coluna de Astronomia gostaria de homenagear  a todos  os profissionais  da Comunicação que nos ensinam, nos orientam  e nos ajudam  a conquistar   nossos objectivos e realizarmos nossos sonhos. Nossa singela homenagem é através de nosso relato  do quão importante  é  a Comunicação  para o desenvolvimento  científico, tecnológico, social, cultural e educacional de um povo.

A história da Astronomia nos mostra que desde remotos tempos a humanidade vem tentando se comunicar. Há quem imagine que  as mensagens no  mundo actual  sejam transmitidas, em sua maioria, através das redes sociais, tais como WhatsApp, Facebook, Instagram, entre outros. O facto é que  o homem deixava registado em pedras, rochas, árvores, no próprio chão as orientações  para outras gerações a respeito da existência de fenómenos naturais de proporções  alarmantes, tais como tsunamis, vulcões, tornados, etc. Acreditem, aqueles meios  compuseram  “as redes sociais” daquela época. Consequentemente, quem não soubesse se comunicar e/ou captar as informações, automaticamente, estava destinado à extinção. Muitos povos sucumbiram-se ao longo dos anos. Portanto, comunicação é poder sim, e não duvide desta afirmação. Afinal, devida à ausência de informações e/ou comunicação sobre  como se comporta o nosso Planeta, muitos povos ou foram  escravizados ou  barganharam  seus bens em troca de  isenção da fúria  dos “deuses”.

Em um passado não muito distante, o homem  acreditava que  a ida  à Lua  fosse  literalmente  uma prova  de poder  sobre as nações  e soberania  científica e tecnológica. Aliás, esse feito  fora realizado no final dos anos  60 do século passado. Entretanto, ainda hoje há quem  não acredite que de facto o homem pisou na Lua. Esse ponto  requer uma breve reflexão, pois,  ir à Lua  significa  muito mais que simplesmente lançar um foguete com uma espaçonave tripulada em direcção ao satélite natural  da Terra. É deixar o seu  planeta natal, lançar-se no escuro, no desconhecido e além de  colocar os pés em solo lunar é também estar  preparado para se comunicar. Tanto para  sair quanto para regressar  à Terra, o homem teve que  desenvolver o seu poder de comunicação. Qualquer falha na mesma implicaria em, no mínimo, três vidas perdidas. O  poder da comunicação fez com que  os astronautas   chegassem à Lua e regressassem ao nosso Planeta em 1969. São os mesmos homens que  decidiram  deixar “marcas” humanas  em solo  lunar para que  futuras gerações possam se lembrar  que o homem  já esteve por lá.

Animados do mesmo  sentimento, em dois anos (2015/2016)  o planeta Terra presenciou  vários “pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”. Em meados de 2015,  chegamos até Plutão, um ano depois, o porto foi Júpiter e um pouco antes Marte. Recorda-se da nossa frase: “Comunicação é poder” ? Em  dois anos a  capacidade de nos comunicarmos atravessou fronteiras nunca d’antes imaginadas. Em dois  anos fizemos mais do que as gerações anteriores fizeram em 20 anos. Hoje, estamos com a Comunicação tão bem desenvolvida que até  cogitamos a possibilidade em  “dialogarmos” com outros seres inteligentes (caso existam!).

Agora que sabemos que Comunicação é poder, vamos usar esse poder para  superar a crise económica e trazer para o Amazonas  mais dinheiro e  oportunidades  de aprimoramento para  nossos alunos e professores? Foi exactamente esse o pensamento  do NEPA/UEA/CNPq  e  o apoio, incentivo e, principalmente, o facto de vocês (alunos, professores, profissionais da Educação, pais de alunos,  profissionais da Comunicação)  falarem sobre as acções do NEPA/UEA/CNPq,  divulgarem  nossos projectos e levarem adiante a informação de que no Amazonas há  trabalhos  lindíssimos em Astronomia, trabalhos  cujas bases socio-educativas são fortíssimas, trabalhos que culminaram  na parceria NEPA/SESC Parintins que atendeu várias escolas, para se ter uma ideia,  em 07 dias  de planetário  aberto cerca   de 1 mil alunos e professores foram atendidos e agora tem praticamente  lotada a agenda de 2017 que prevê  atendimento para cerca de 40 mil alunos e professores/ano. Todo esse  poder da Comunicação  foi submetido a uma lei da natureza: “acção e reacção” e recentemente,  o NEPA/UEA/CNPq teve a resposta às suas acções.

Nossa comunicação  permitiu que em meio ao momento turbulento de nossa economia, onde captar recursos  é uma tarefa difícil de se alcançar, pudéssemos  concorrer com renomadas Instituições de Ensino Superior e  conquistar  duas vitórias para a Astronomia amazonense, a saber:  dois projectos aprovados  para 2017, um a nível nacional e outro a nível internacional.

Com a aprovação destes projectos, o NEPA/UEA/CNPq garante a continuidade das actividades de Astronomia no Amazonas, em alto nível. O primeiro destes projectos recebe o nome “Astronomia Amazonense” e  foi aprovado no edital Universal, do CNPq,  visa   ampliar  a difusão e letramento científico em Ciência e Tecnologia através  do estudo e ensino de Astronomia. O outro projecto foi aprovado junto à União Astronómica Internacional. Intitulado “Astronomia para todos” tem como missão  socializar  os diversos  saberes  dos povos indígenas do Amazonas sobre Astronomia Indígena e traz consigo um grande desafio, colocar frente a frente  povos indígenas da América Portuguesa e Hispânica. Consequentemente,  temos muitas  oportunidades para nossos alunos. A Pró-Reitoria  de Extensão e Assuntos Comunitários  (PROEX) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) se antecipou e   aprovou o edital do programa NEPA/PROEX (trata-se de um Programa  Extensionista do NEPA que é apoiado pela PROEX). São  26 vagas para os alunos de todas as licenciaturas da UEA concorrerem, 13 linhas de acções  diferentes.  Poderão concorrer alunos   do 1° período até  o 8° período. A exemplo de 2016,  o projecto internacional para 2017 também recebe o apoio da UNESCO.

Viu o poder da comunicação? Quem diria que  o homem não chegaria à Lua? Pois chegamos. Quem diria que o homem nunca   enviaria  sondas até Plutão, Júpiter e Marte? Pois enviamos. Quem disse que projectos no Amazonas nunca têm continuidade? Pois bem,  o NEPA/UEA/CNPq já está a cinco anos  a desenvolver projectos de alto nível em Astronomia. Diga-se de passagem, Amazonas é o único Estado de um país lusófono a ser contemplado, em 2017, pela União Astronómica Internacional.

Por fim, quero parabenizar a todos os Profissionais da Comunicação e agradecer a todos, mais uma vez, pelo apoio, incentivo, pelas sugestões e críticas. As vitórias de hoje, não seriam possíveis sem as vossas ponderações. É sim uma vitória de todos, da sociedade amazonense e principalmente, da Comunicação.

Dr. Nélio Sasaki – Doutor em Astrofísica, Líder do NEPA/UEA/CNPq, Membro da SAB, Membro da ABP, Membro da SBPC, Membro da SBF, membro da UAI, membro da PLOAD/Brasil e ST/Brasil, Revisor da Revista Areté, Revisor da Revista Eletrônica IODA, Revisor ad hoc do PCE/FAPEAM, Director do Planetário Digital de Parintins-NEPA/UEA/CNPq, Director do Planetário Digital de Manaus-NEPA/UEA/CNPq, Professor Adjunto da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
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