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“Alegoria Proibida” Pirotecnia politiqueira da Operação

Secretário de Segurança Pública do Amazonas, Bosco Saraiva, fez mais propaganda política que tratou de segurança pública

Carlos Alexandre | 24 Horas

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“A Interferência política nas polícias civil e militar acabou quando o Amazonino chegou ao governo”. A afirmação é do vice-governador e secretário de estado de segurança pública,  Bosco Saraiva durante sua estada em Parintins na quarta-feira, 31 de janeiro, para comandar a operação “Alegoria Proibida”.

Na teoria, tudo certo, é ano eleitoral, é hora de mostrar serviço para manter o “chefe” no poder. Na prática a situação é bem diferente, uma vez que a ação comandada pelo secretário não passou de pirotecnia politiqueira e não se pode afastar a hipótese de uma operação abafa ao constrangimento da decisão do comando geral da Polícia Militar, que exonerou, dias antes, o Major Juan Pablo Morillas, do comando do 11º Batalhão, sem quartel em Parintins, como forma de justificar a falta de segurança na Ilha.

Bosco Saraiva baixou na cidade de Parintins com dezenas de policiais que integram a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DHES), Força Especial de Resgate e Assalto (FERA), a Ronda Ostensiva Candido Mariano (ROCAM) e o Comando de Operações
Especiais, canil da polícia com dois cães farejadores. Tudo isso para cumprir 11 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão e intensificar o combate ao tráfico de drogas, entretanto, a operação tão propagada resultou na apresentação de apenas um homem e ainda na apreensão de pequenos envelopes de entorpecentes.

Era visível a frustração das equipes de policiais na frente da 3ª Delegacia Interativa de Parintins (DIP) que de combate ao tráfico não se viu quase nada. “A impressão é de que não sabem nem o que vieram fazer”, comentou um jornalista que cobria a ação.

Enquanto a “operação” se desenvolvia nas ruas, Saraiva, tentava visitar emissoras de rádios para propagar o trabalho de sua pasta. Ao chegar na delegacia para a coletiva de imprensa foi acompanhado do prefeito municipal e outros políticos. Desconversou e desviou da maioria das perguntas e se quer deu detalhes da “Alegoria Proibida” em andamento naquele instante.

Quando questionado sobre os problemas, responsabilizou gestões anteriores. “Lamentavelmente deixaram a segurança do Amazonas chegar a esse estágio”. Não escondeu que enquanto deputado estadual “nós assistimos essa situação de segurança acontecer. Temos que olhar para trás e ver quem foi que permitiu a segurança chegar a esse ponto”, afirmou.

O Secretário foi perguntando sobre concurso, sobre estrutura do quartel da PM, da delegacia, mas não citou investimentos e apenas assegurou que as obras devem iniciar este mês. “Temos que fazer o que é possível fazer com o dinheiro que tem, mas se nós vamos fazer? Vamos. Porque tudo o que temos feito é com o mesmo dinheiro, mas nós
desenvolvemos inteligência e patrulhamento”, assegurou.

O nome de Amazonino Mendes, durante a entrevista, foi citado várias vezes por Bosco Saraiva. Ele assegurou que homens da inteligência ficariam na cidade para dar sequência ao trabalho, mas a reportagem apurou que nenhum integrante da Secretaria de Segurança Pública se manteve na cidade após a ação. E ao fim os próprios políticos deixaram claro que a ação do Secretário de Segurança em Parintins tinha um único objetivo – ofuscar a presença de outro político na cidade, o deputado estadual David Almeida.

Parintins não recebeu viaturas como as peças publicitárias afirmam, se aguarda concurso para Polícia até o mês de março, a violência tem sido combatida por policiais, entretanto, a cidade é uma das maiores do interior do Amazonas e o estado trata um dos maiores municípios do interior como um vilarejo qualquer.

Incompetência do estado

Na semana anterior à visita do secretário para justificar a incompetência do estado com a falta de segurança na cidade, o major Juan Pablo Morrilas, que estava há sete meses no comando do 11º Batalhão Tupinambarana, foi exonerado. Sua demissão do comando da PM se deu em virtude da repercussão com a morte do ex-presidente da Câmara Municipal, Everaldo Batista.

Para o poder alguém tem que assumir a culpa. E o comandante, mesmo sem estrutura humana, sem materiais, equipamentos e com a realização de inúmeras operações “saturação”, teve que pagar a conta.

Segundo Saraiva, todas as mudanças estão sendo feitas de forma técnica. “A interferência na Polícia Civil e na Polícia Militar acabou quando o Amazonino chegou ao governo”.

As palavras do secretário não ganham base quando matérias jornalísticas e os discursos inflamados dos vereadores da base do governo do estado no legislativo municipal revelam que o comandante vinha sendo perseguido pelos parlamentares e isso influenciou na exoneração do oficial.

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