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Amostra de Meteorito chega ao NEPA/UEA/CNPq

Fig01: Foto do meteorito Hoba West

A figura 01 apresenta a foto do meteorito Hoba West – dentre todos os meteoritos encontrados cá na Terra, esse é considerado o maior e também o mais maciço objecto de ferro conhecido na superfície terrestre. Nesta matéria, a figura 01 é somente ilustrativa, ok? 

­Está bem, e qual seria a relação entre a figura 01 e o conteúdo desta matéria?

Excelente pergunta. Como sabemos, meteorito é o nome dado a um meteoróide que chega à superfície terrestre. Dito de outro modo trata-se de material oriundo de outro canto do universo e por alguma circunstância acabou caindo por aqui.

Quando falamos de meteorito, muitas pessoas ficam com receio. São inevitáveis as perguntas: será que é verdade? Será que não? Se este for o seu caso, vamos tranquilizá-lo, afinal, há anos o homem tem essa mesma dúvida.  Aliás, foi também por isso que os astronautas trouxeram algumas amostras de uma rocha lunar.

Fig02: Astronauta próximo a uma rocha lunar.
Fig02: Astronauta próximo a uma rocha lunar.

 

Fig03: Amostra de rocha lunar.
Fig03: Amostra de rocha lunar.

Na figura 03, há uma amostra de uma rocha lunar, que actualmente está a ser exibida no Instituto Lunar e Planetário em Houston (Texas/Estados Unidos da América). Foram trazidas várias peças.  Após o devido estudo, as mesmas foram então distribuídas para alguns países.

No caso de meteoritos, sabemos que a cada dia está a cair um ou outro fragmento na superfície da Terra. Uma vez coletada, a peça segue para análise e identificação. Realizados todos os estudos sobre o meteorito, então, o mesmo é cortado em pequenas amostras – as quais são distribuídas para os principais centros de Astronomia do mundo. Como é de conhecimento de vocês – o NEPA/UEA/CNPq é um grupo de pesquisa em Astronomia e, graças ao trabalho desenvolvido aqui em Parintins/AM e aos projectos do NEPA/UEA/CNPq com o Planetário Digital de Parintins – o líder do NEPA/UEA/CNPq foi contatado para receber uma dessas amostras de meteorito.

A amostra de meteorito que chegará aqui em Parintins, também foi analisada pelos Estados Unidos da América. “Por um lado é uma grande honra receber esse fragmento de meteorito, afinal – se eu não estiver enganado essa será a primeira vez na história de Parintins que uma peça de meteorito ficará à disposição de pesquisadores, professores, alunos e comunidade para visitação. [Observação: A expressão “primeira vez” foi usada, porém, caso alguém saiba de algum meteorito que tenha caído aqui na ilha, por favor, avise-nos, ok?]. Por outro lado, o NEPA/UEA/CNPq ainda não possui um espaço físico para deixar o fragmento à mostra. A consequência imediata é que a peça de meteorito que chegará e ficará em Parintins por poucos dias. Manter esse tipo de material é uma actividade que demanda dinheiro. Eu aceitei o envio da amostra de Meteorito, afinal, Parintins e o Amazonas merecem essa experiência e acesso a esse conhecimento.” – afirmou o líder do NEPA/UEA/CNPq, Dr. Nélio M. S. A. Sasaki.

Vamos entender um pouco mais? Meteoritos são formados por fragmentos oriundos de: a) asteróides; b) cometa; ou ainda, c) planetas desintegrados. Apresentam tamanhos variados – desde alguns metros até alguns quilómetros de diâmetro. Quanto à composição, eles são classificados como:

a) Meteoritos rochosos: apresentam normalmente Oxigêncio, Silício e Magnésio. Sua origem ainda é um problema em aberto. Uns acreditam que esse tipo de meteorito tenha se desprendido do Sol, na época em que os planetas se formaram. Outros acreditam que esse tipo de meteorito seja fruto da desagregação dos planetas.

Fig04: Meteorito rochoso.
Fig04: Meteorito rochoso

b) Meteorito metálico-rochoso: são meteoritos constituídos por materiais rochosos e metais.

Fig05: Meteorito metálico-rochoso.
Fig05: Meteorito metálico-rochoso.

c)Meteorito metálico: são meteoritos que, geralmente, apresentam na sua composição ligas de níquel e ferro.

Fig06: Meteorito metálico.
Fig06: Meteorito metálico.

Agora que sabemos como são os diferentes tipos de meteoritos,  podemos, portanto,  fazer a conexão entre  rocha lunar e meteorito. Um leigo chamaria tudo isso de “rocha”, “tudo isso é pedra”. Que diferença uma pedra tem da outra? São todas iguais – poderia indagar um leigo. De certa maneira o leigo tem sua razão.  De facto, as rochas formadas sob as mesmas condições de temperatura, pressão, e outros factores, deverão sim apresentar certo “laço de parentesco” com outras da mesma região. Porém, não é este o caso. Estamos a falar de material fora da Terra.  Por exemplo, as amostras que os astronautas trouxeram da Lua são muito mais que simples “rochas”, afinal, elas são registos da história de formação da Lua e do próprio Sistema Solar.  Analogamente, os meteoritos também guardam histórias diferentes para nos contar. Junto com cada meteorito está uma história de bilhões de anos. A história de regiões aonde nós ainda não chegamos. Essa é a parte mais linda de tudo isso, imagine: o próprio Sistema Solar se revela para nós e nós somos arqueólogos do universo – sempre à procura de mais um fragmento para preencher esse quebra-cabeça chamado  Sistema Solar.

Dr. Nélio Sasaki – Doutor em Astrofísica, Líder do NEPA/UEA/CNPq, Membro da SAB, Membro da ABP, Membro da SBPC, Membro da SBF, membro da UAI, membro da PLOAD/Brasil e ST/Brasil, Revisor da Revista Areté, Revisor da Revista Eletrônica IODA, Revisor ad hoc do PCE/FAPEAM, Coordenador do Planetário Digital de Parintins, Coordenador do Planetário Digital de Manaus, Professor Adjunto da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

 

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