Astrofísica – parte 01
Há quatro forças fundamentais na Natureza, a saber: força electromagnética, força gravítica, força nuclear fraca e força nuclear forte. Podemos redistribuir as forças da seguinte maneira: forças de longo alcance – electromagnética e gravítica; e forças de curto alcance – força nuclear forte e força nuclear fraca.
Desde o Big Bang, a força electromagnética está directamente associada a quase tudo que percebemos no dia-a-dia. Segundo suas propriedades, a força gravítica desempenha um papel importantíssimo quando estamos a falar de grandes estructuras e/ou objectos muito massivos; a força electromagnética (que resumidamente) é a responsável pela formação dos átomos e de moléculas; a força nuclear forte – que liga os quarks no interior dos hadrões e mantem protões e neutrões coesos; e a força nuclear fraca – responsável pela emissão de radioactividade por um elemento químico instável, processo no qual há emissão de partículas.
Embora tenhamos citado alguns exemplos, actualmente não sabemos explicar a origem da força electromagnética ou por qual razão esta força deveria se manter constante ou variar. Tudo o que nos é ensinado limita-se a afirmar que a força electromagnética existe devido a existência de cargas. A afirmação é razoável, porém, quando não temos fontes de campo electromagnético, então, como poderíamos explicar o surgimento da força electromagnética?
Certamente, alguém poderia argumentar: mas a força electromagnética é uma força de longo alcance, sendo assim, não se anula – mesmo para distâncias muito grandes. Consequentemente, este argumento aceita o facto da força electromagnética “decrescer” com o aumento da distância, mas, nunca ser literalmente nula, por maior que seja a distância.
Façamos o seguinte: vamos observar uma galáxia distante e averiguar o comportamento da força electromagnética. Recentemente, astrofísicos de uma equipa internacional de investigadores fizeram exatamente isso. E conseguiram efectuar a melhor medição já realizada até o presente momento. A precisão na medida é de uma parte por um milhão. Isso equivale à largura de um fio de cabelo humano quando comparado com o estádio de futebol “Arena da Amazônia”.
Os astrofísicos estavam a estudar um quasar, ou seja, um objecto de forma estelar que emite ondas na faixa de rádio, de tal maneira que sua emissão é mais intensa que a de uma galáxia.
Há 8,5 mil milhões de anos no passado, o quasar em estudo emitiu uma luz em direcção à Terra. Segundo os investigadores, foi constatado que o gás na galáxia absorveu uma parcela da luz que fora emitida pelo quasar. Tal estudo é capaz de revelar a influência electromagnética em uma galáxia.
O detalhe é que o experimento revelou que a força electromagnética é constante. E essa constância tem sido mantida para mais da metade da idade do Universo. Essa notícia está a agitar os bastidores do mundo científico. Afinal, por qual razão esta força não se decaiu?
Tecnicamente, o quebra-cabeças está a ser montado, precisamos de outras peças (informações). Por ora, tudo parece muito diferente do que esperávamos. Além das várias dúvidas, estamos a nos perguntar: o que faz a força electromagnética ser tão intensa a ponto de não se decair?
Sejamos razoáveis, se no espaço intergaláctico inexiste matéria, então, onde está a fonte desta colossal força electromagnética?
Essa discussão somente está a começar. Voltaremos mais vezes nessa discussão e buscaremos entender melhor a força electromagnética. Uma certeza nós temos: precisamos refinar nossos estudos sobre a natureza electromagnética da natureza.