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Boi Manaus ​reúne 40 mil na primeira noite e ​abre as comemorações dos 349 anos da cidade

Aproximadamente 40 mil pessoas coloriram de azul e vermelho o Complexo Turístico Ponta Negra, na zona Oeste, na primeira noite da 21ª edição do Boi Manaus, neste sábado, 20/10. O evento é realizado pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), e abre as comemorações dos 349 anos da capital amazonense, comemorado no dia 24.
A abertura do primeiro dia de Boi Manaus contou com a apresentação do cantor Paulinho Vianna e do Grupo Kuarup.

Ambos estão entre os três artistas que foram selecionados para a festa durante o Esquenta. Juntos, eles animaram o público que chegava à Ponta Negra cantando toadas antológicas e atuais dos bois Garantido e Caprichoso.

Para o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, o novo formato e toda a estrutura dispensada à realização do Boi Manaus 2018, que envolve a integração das secretarias da administração municipal, são o segredo para o sucesso de público e também para a consolidação do evento como produto turístico.

“Essa grande festa da cidade, que já é tradição e faz parte do calendário nacional de festas populares do Brasil, marca, há 21 anos, as comemorações do aniversário de Manaus e sempre emociona pela diversidade e pluralidade que se reúnem para curtir o boi-bumbá. Vemos que a renovação, com novos artistas que se apresentaram na primeira noite, foi bem recebida pelo público. Cada vez mais o Boi Manaus se consolida como um dos principais produtos turísticos da capital da Amazônia”, afirmou Bernardo.

O evento de aniversário da cidade contou ainda com uma novidade. O trio que trazia os artistas Cezar Pinheiro e Carlos Batata contava com a presença de um intérprete de Libras, Eric Telles, que viu na oportunidade um passo para que as pessoas com deficiência auditiva possam participar de grandes festividades.

“Participo da interpretação no Festival de Parintins desde 2014 e o convite veio do Carlos Batata para fazermos esse trabalho juntos. Quero muito que todas as secretarias, estaduais ou municipais, abram espaço para o nosso trabalho”, disse o intérprete. “Precisamos atingir esse público com nossa musicalidade e cultura”, completou Batata.

O primeiro dia de Boi Manaus contou ainda com as apresentações dos grupos A Toada e Canto da Mata, além dos cantores Robson Jr., Helen Veras, Fábio Casagrande, P.A Chaves, Prince do Boi e Carlinhos do Boi.

Público

Segundo a organização da festa, 37.801 pessoas brincaram de boi na Ponta Negra. Atento a todos os trios que passavam pela sua frente, o funcionário público Luiz Carlos Ferreira revelou se sentir impactado ao participar pela primeira vez de um evento de boi-bumbá. Luiz, que é de São Paulo, contou que conheceu Manaus em 2003.

“Voltei agora e confesso que estou surpreso com tudo na cidade, o quanto ela mudou e está oferecendo mais coisas aos seus e aos turistas. Essa festa, então, ainda não consigo mensurar o que estou sentindo. Me arrepio com cada artista que passa, mesmo sem decidir se sou vermelho ou azul”, contou Luiz.

Mais adiante, uma garotinha chamava atenção ao dançar sob o olhar atento dos pais. Isabella, de 4 anos, ostentava um look todo azul em reverência ao boi Caprichoso, enquanto os pais, Meg Nunes e Weller Souza, estavam com camisas do Garantido. “Foi influência da madrinha. E não adianta a gente falar nada, ela dança, brinca, mas se perguntam para qual boi torce, ela fala Caprichoso”, revelou a mãe.

Além de unir as cores dos bois-bumbás tradicionais de Parintins, a festa do Boi Manaus também é tradição para muitas famílias. O aposentado Eurides Silva veio acompanhado da esposa e dos dois filhos e disse que, desde quando começou o evento na cidade, acompanha a festa.

“Para mim, que acompanha desde o começo, é muito gratificante ver o quanto essa festa cresceu. Eu adoro vir. Minha família aceitou essa paixão e acabou se ‘contaminando’ também. Torcemos para o Boi Garantido, mas aqui nessa festa não tem essa. É todo mundo junto para brincar de boi”, disse Eurides.

Ápice

O apogeu do primeiro dia aconteceu durante a apresentação do cantor Arlindo Junior. Comemorando 30 anos de carreira, o artista esteve afastado do Boi Manaus ano passado por problemas de saúde e contou que estava emocionado por poder reencontrar os fãs. “Por tudo que a gente tem travado, esse ano consegui estar aqui e rever uma galera que torce para nos ver em eventos como este é algo que me emociona”, declarou o artista.

No trio, Arlindo recebeu o presidente do Caprichoso, Babá Tupinambá, o apresentador Edmundo Oran, a nova Rainha do Folclore, Cleise Simas, e o tripa do boi, Alexandre Azevedo. Juntos, cantaram parabéns para o bumbá que, nesse dia 20, comemorou 105 anos.

O último artista a se apresentar em trios foi o levantador do Garantido, Sebastião Junior. Arrastando um mar de gente, o cantor agradeceu a oportunidade em participar e ressaltou a força do movimento cultural. “Eu agradeço por estar presente mais uma vez nessa festa em comemoração ao aniversário de Manaus, uma festa que o povo merece, num ritmo que o Brasil todo conhece. O boi-bumbá tem muita força ainda e aqui está a prova disso”, destacou Sebastião.

A festa foi encerrada com uma grande apoteose dos bumbás que disputam o Festival de Manaus. Brilhante, Garanhão e o atual campeão Corre-Campo fizeram a festa no anfiteatro da Ponta Negra, apresentando suas toadas e itens oficiais. O Boi Manaus continua neste domingo, 21/10, a partir das 16h, com os trios elétricos na Ponta Negra.

Operação

Para a realização do primeiro dia de festa do Boi Manaus, o Gabinete de Gestão Integrada da Prefeitura de Manaus operou com um total de 1.125 servidores por meio das secretarias municipais de Comunicação (Semcom), de Saúde (Semsa), da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), de Limpeza (Semulsp), de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), além dos Institutos Municipais de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) e de Planejamento Urbano (Implurb), da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), da Casa Militar, da Visa Manaus, do Fundo Manaus Solidária e de órgãos como o Juizado de Menores, Corpo de Bombeiros e as polícias Civil e Militar.

Texto: Rosiane Couto / Manauscult
Fotos: João Pedro Figueiredo

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