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Capixabas fazem longa-metragem sobre o Festival Folclórico de Parintins

Personalidades do boi-bumbá, como itens e demais artistas dos bois, foram entrevistados (Fotos: Divulgação)

Idealizado pelo cineasta Bernardo Leitão e dirigido pela atriz e produtora Daniela Pedrosa, o filme conta a história de como surgiu a brincadeira do boi e seu crescimento até os dias de hoje

Laynna Feitoza| Acritica
Manaus (AM)- O tradicional Festival Folclórico de Parintins é uma engrenagem gigantesca. A sua preparação, que envolve desde o nascimento das alegorias no início das ferragens até os momentos que antecedem a entrada dos bumbás na arena do Bumbódromo são o norte do longa-metragem “Parintins, o Palco do Mundo”, que deve estrear em 2019.

Idealizado pelo cineasta Bernardo Leitão e dirigido pela atriz e produtora Daniela Pedrosa, o filme conta a história de como surgiu a brincadeira do boi e seu crescimento até os dias de hoje. “E paralelo a isso, temos a história de como esse festival influencia na vida e economia de Parintins”, coloca Bernardo.

Os capixabas passaram mais de 4 anos lendo, ouvindo, conversando e pesquisando tudo que havia relação com o festival e o povo da ilha Tupinambarana. “O filme tem entrevistas de pessoas ligadas diretamente ao festival e à cidade. São historiadores, prefeito, os presidentes atuais dos bois e pessoas que trabalham nos bois como tripa, apresentador, compositor e outros”, afirma Leitão.

A conversa com as personalidades que utilizam sua arte para construir a grande festa também tocaram Bernardo. “Existe uma fala do Erick Nakanome no filme que diz sobre a importância do boi em seu resgate cultural, o que traz um fortalecimento de identidade. E com isso o despertar para a preservação por se identificar como ser do Norte, caboclo descendente de negros e de índios e se completar por ser da floresta, tornando a todos um só. Logo, preservar a si mesmo é preservar o outro”, observa ele.

Primeiro plano

Bernardo conta que, em 2014, ele e Daniela deram início a um projeto de um filme que visava ser feito dentro de um ambiente que tivesse alguma manifestação da cultura brasileira. Nas buscas, os cineastas descobriram o Festival de Parintins e se apaixonaram.

A produção, que deve ter duração entre 70 a 90 minutos, foi gravada em Manaus, Parintins, Reserva do Tupé, e Alto Rio Negro. “Priorizamos tudo que uma equipe de duas pessoas e uma câmera consegue priorizar (risos). Não houve um foco específico sobre uma lenda ou encenação. O foco do filme é contar a história do festival e da sua ligação com a cidade de Parintins e os amazonenses”, destaca ele.

Ainda segundo Bernardo, o maior desafio da produção foi fazer um recorte para as telas do cinema do quadro gigantesco de diversidade e riqueza cultural é que o festival. “Porque no momento em que se aponta a câmera para algo maravilhoso que está acontecendo durante a apresentação dos bois, na outra área há tantas coisas lindas também acontecendo ao mesmo tempo”, complementa ele.

“E também foi desafiador conseguir não perder momentos magistrais, o que é praticamente impossível num evento onde tudo é gigantesco, surpreendente e poético. Isso falando das imagens do festival em si, porque falando do todo, o tempo foi insuficiente pra captarmos tudo o que gostaríamos da cidade e das pessoas que moram, trabalham e vivem pro Festival e pra Parintins”, destaca Bernardo.

O sentido de preservação ambiental também exerceu influência sobre o produto final. “Pra mim, o festival fala muito mais do que preservar a floresta e a Amazônia em si. Ele fala sobre preservar a si mesmo, às suas raizes, a quem você é e de onde vem. É sobre como podemos ser grandes em nossas criações e tecnologias, sem precisarmos ficar longe da mãe natureza e do nosso passado”, alega Daniela.

Na diretora do filme, o festival criou um orgulho pela sua cultura muito maior do que ela achava que tinha. “O que o povo do Amazonas consegue fazer nesse festival me encanta. Fui três vezes à Parintins e a cada ida me sinto mais próxima aquela ilha. Ficarei eternamente grata por ter podido conhecer a festa e o povo que a mantém viva”, completa ela.

A ideia dos cineastas é fazer um lançamento com uma exibição no Bumbódromo de Parintins para a população, e depois para ir para as salas de cinema. Mas, segundo Bernardo, ainda não há nada confirmado. “O filme primeiramente irá seguir o caminho dos festivais de cinema ao redor do mundo, para depois ir para as salas de cinema e demais veículos”, completa o cineasta.

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