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Ciúme ou queima de Arquivo: Requintes de crueldade na morte de Daniela

Local onde o corpo da vítima foi encontrado.

Investigações seguem em sigilo na rota que levou a estudante ao terreno baldio, enquanto a mãe de Daniela aponta “ciúme e queima de arquivo”

Floriano Lins

Fátima Guedes| Plantão Popular

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Nos cantos dos olhos de “Dona Dora” correm algumas gotas de lágrimas, mas é visível a segurança que ainda lhe resta para encarar, sem chorar, a tragédia que abalou a família. “Minha dor é tão profunda que meu coração chora sem lágrimas”. A pescadora Dora Maria Pereira Simas, 53, mãe da estudante Daniela Figueiredo, 16, morta na madrugada de sexta-feira, 24, não esconde a dor, e ao lado do marido, também pescador, Amarildo Correa Figueiredo, 54, orienta outras filhas enquanto conversa sobre o assassinato de Daniela. Desabafa debaixo de um olhar firme ao considerar sua opinião sobre a morte da filha. “Acho que esse Eric matou a minha filha por ciúme. Ela era bonita, estudiosa e não queria ele. Acho também que ela deveria saber alguma coisa dele, dos negócios dele”, sugere.

Dona Dora conta que “naquela manhã minha alma contava alguma coisa muito ruim que eu não conseguia entender. Só descobri que a jovem assassinada era a Daniela por volta do meio dia. Geralmente ela dormia na casa de uma amiga e chegava no outro dia. Na noite que ela saiu era aniversário dela, fez 16 anos, e pediu para ir à Praça e não voltou; mas eu pensei que estivesse na casa da tal amiga dela. Eu não gostava dessa amiga, e ela sabia”. De manhã, lembra, a preocupação tomou conta de mim. Lá no porto comentaram o assassinato de uma adolescente, sobrinha de um bananeiro. Uma grande palpitação tomou conta de mim, mesmo as pessoas falando da adolescente que não era a Daniela. Vim pra casa com aquilo e nada da Daniela chegar. Nisso, alguém mostra o celular com a imagem da menina. Quando vi, reconheci a roupa e as mãos. Era ela! Entrei em desespero. Saí correndo para o IML e lá vi o corpo da minha filha.

“O corpo irreconhecível [chora]. Só sabia que era ela por causa da roupa e das mãos. A boca cortada, pescoço quebrado. Ninguém queira sentir o que eu senti”, desabafa a pescadora e diz que “a desgraça que ele fez com a Daniela atingiu toda a nossa família. Acabou com a nossa paz. Até nosso trabalho, porque sou pescadora, junto com meu marido, e agora vamos ter que ficar em casa, para evitar outra tragédia. É uma marca pra toda a nossa vida”.

Eric Tavares da Silva, 18 anos, está preso como principal suspeito da barbárie. Foto: Marcondes Maciel

Investigação leva a outros envolvidos

O assassinato, com requintes de crueldade, da estudante do Centro de Educação de Tempo Integral, CETI, Daniela Simas Figueiredo, 16 anos, na madrugada de sexta-feira, 24, pode ter sido praticado por mais de uma pessoa. Até o fechamento desta edição do Plantão Popular, apenas o jovem Eric Tavares da Silva, 18 anos, havia sido preso como principal suspeito da barbárie. Durante encontro com o repórter Marcondes Maciel, do portal Repórter Parintins, Eric disse ser inocente e evitou outros comentários sobre o caso.

Na véspera do crime, Daniela comemorava aniversário em companhia de Eric e outras pessoas e teria feito um trajeto que incluiu vários bares da região próxima ao local onde o corpo foi encontrado. A polícia, no entanto, investiga outros dois suspeitos de participarem na morte de Daniela. O corpo foi encontrado em um terreno baldio na Rua 24 de Janeiro, Itaúna I, zona Centro-sul da Ilha. O legista Jorge de Paula, que assinou o laudo do exame de necropsia, acredita que o crime tenha ocorrido por volta das 02h00 da madrugada daquele dia, “tendo em vista a rigidez apresentada pelo corpo”.

Segundo Jorge de Paula, a adolescente foi morta por “estrangulamento intenso com sangramento da traqueia pela região nasal”. O autor ou autores do crime se utilizaram o fio da calcinha da vítima para cometer o estrangulamento. Além disso, a vítima apresentava sinais de espancamento e teve o rosto desfigurado. A perícia informou ainda que o corpo “exalava forte odor se substancia alcoólica”.

Investigação

Segundo o site reporterparintins.com.br, a delegada Alessandra Trigueiro afirma que o caso ainda não foi concluído e as buscas de novas informações sobre a participação ou não de outras pessoas no crime seguem em segredo para não atrapalhar as investigações.

Eric encontrasse à disposição das autoridades policiais na delegacia por força de um mandado de prisão preventiva. “Já temos dois nomes que supostamente tenham participado desse homicídio. No primeiro momento, uma das testemunhas disse que ele (Eric) sentia muito ódio dessa jovem, e em razão disso, pode ter culminado nesse tipo de violência”, informou a delegada.

Alessandra Trigueiro assegurou que as investigações apontam, mais ou menos, o trajeto percorrido pelo autor e pela vítima. Porém, diz a delegada, os investigadores estão analisando algumas imagens pra ver se nesse trajeto aparece ou não a presença dessas duas pessoas que estão sendo investigadas. “Até então, temos as primeiras imagens próximas do local do crime, que é somente o Eric com a vítima. Mas, tem um determinado trajeto que é dito tanto por ele (Eric) quanto pelas testemunhas, que nós estamos identificando se ali houve a presença de outras pessoas ou somente do autor e da vítima no local”, disse a delegada.

Com informações de Marcondes Maciel

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