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Com ou sem crise, Festival de Parintins será realizado

A menos de um mês para a sua realização do 51º Festival Folclórico de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), ainda se discutem quais as estratégias ou como obter recursos para sua a realização. Falta dinheiro para logística do evento, uma vez que o repasse do governo do Estado que não será realizado este ano.

A festa que dá identidade cultural ao Amazonas, conforme a Secretaria de Estado de Cultura (SEC), está orçada em R$ 17 milhões. Em 2015, o evento custou R$ 18 milhões. Houve uma redução de 30% dos gastos. Ainda assim, o poder público estadual afirma ser impossível continuar o patrocínio, sob o risco de comprometer a saúde na capital. As esperanças se concentram na possibilidade do Itamaraty liberar R$ 15 milhões, para salvar a ‘pecuária de pano’.

Entretanto, o clima de incerteza sobre a realização ou não do evento, ou mesmo se aconteceria ou não as três noites de disputa, foi banido dos galpões de Garantido e Caprichoso, em virtude da determinação dos artistas, que trabalham convictos de que a crise é um item como outro qualquer das noites de arena.

A certeza de que o festival será realizado nas noites de 28, 29 e 30 de junho veio ao final de uma audiência pública na Câmara Municipal de Parintins, no último dia 25, quando o presidente do Caprichoso, Joilto Azedo, afirmou, juntamente com o vice-presidente do Garantido, Fábio Cardoso, que vai haver festival, durante as três noites. “Estamos com 70% das alegorias concluídas e a caminho da disputa na arena do bumbódromo”, afirma Cardoso.

Segundo ele, os bumbás estão discutindo com a Tucunaré Turismo e a emissora detentora dos direitos de transmissão do evento como ficará a logística da festa, o que inclui os camarotes que são cedidos para o governo do Estado, que deixou de ser patrocinador do festival.

Planilha

O compositor Tadeu Garcia, ex-presidente do Garantido, ao analisar a planilha orçada para o festival de 2016, orçada em R$ 17 milhões, disse não entender “o propósito da Secretaria de Cultura, em colocar nas contas dos bois, verbas que são do gerenciamento do organizador do evento”, no caso o governo do Estado, e não do executor, os bumbás.

Ele cita como exemplo a circulação de somas de dinheiro, por convênio ou não, para suprir o processo licitatório, nas contas de Garantido e Caprichoso correspondente a valores que variam entre R$ 1,6 milhão e R$ 1,8 milhão para pagamento de sonorização e iluminação utilizados na logística do festival. “Isso não pode de maneira alguma ser transferido como encargo para os bumbás, não é despesa do boi, é do Estado, que é executor da festa, as pessoas precisam entender isso”, salienta.

Garcia se diz também surpreso com o valor definido na planilha, que destina R$ 2,03 milhão para a logística dos jurados. “No mínimo, merece uma justificativa pública da secretaria por convocação da Assembleia Legislativa ou do Tribunal de Contas do Estado. O valor do custo de hospedagem, alimentação e transporte dos jurados, que em quatro dias alcança mais de R$ 133 mil, é um absurdo”, observa.

Para Tadeu, o evento é investimento e não despesa. “Temos que ser sinceros, o festival é um investimento a curto prazo, em geração de renda e emprego, e não uma despesa para custear uma brincadeira de dois grupos de gastadores e privilegiados”, opina.

Segundo ele, o festival ainda tem “um longo e doloroso caminho a percorrer com vista ao seu redimensionamento do ponto de vista econômico-social e principalmente do ponto de vista ético”.

Ele chama a atenção para o fato de que os caciques políticos do Amazonas transformam os dirigentes de boi em Parintins, em cabos eleitorais de luxo. “Por isso eles retiraram ao longo do tempo, sorrateiramente, a autonomia administrativa e financeira das associações folclóricas”.

Do Em Tempo

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