Conexão Planeta x Estrela-hospedeira
Evidentemente, você já tem conhecimento dos milhares de sistemas exoplanetários já encontrados, comprovados e identificados pelos astrónomos – sobretudo nas quase duas primeiras décadas dos anos 2000.
Aliás, o número de exoplanetas e sistemas planetários está a aumentar a cada dia. Ainda mais com as novas tecnlogias e telescópios potentes que compõem esta nova geração.
Se por um lado, até 1945 tínhamos algumas poucas confirmações sobre o nosso próprio sistema estelar e o assunto “exoplanetas” era visto como sendo algo distante do alcance da Astronomia. Por outro lado, a partir de 1969, a humanidade deu um passo decisivo em rumo ao estudo do Sistema Solar e sua vizinhança.
À medida que as novas tecnologias surgiram e, paulatinamente, alcançaram seus “alvos”, a exploração espacial se tornou algo corriqueiro. Hoje, a geração de jovens nascidos a partir do ano 2.000 está acostumada em ler nos noticiários descobertas de satélites naturais, características detalhadas de nossos planetas e – a cada dia – exoplanetas novos e outros tantos sistemas planetários.
Muitos se perguntam como tudo isso foi possível, enquanto, outros ainda se mantêm céticos frente às tantas descobertas. Para clarear este ponto, basta lembrarmos que um passo fundamental foi (e ainda está a ser importantíssimo) o estudo da nossa estrela: Sol. Em seguida, faz-se imperativo entender a conexão entre o nosso planeta e sua estrela-mãe. Sem descartar a importância do estudo da relação entre os planetas, meios interplanetários, etc.
A figura 01, exemplifica o quanto o Sol está a afetar a Terra. Seja por Ejecção de Massa Coronal (EMC), seja por ventos solares, isso só para citar alguns mecanismos. O que notamos naquela figura é o acoplamento de Lorentz, ou seja, força electromagnética.
Em um sistema planetário, um dos factores relevantes é o “parâmetro de impacto”, o qual relaciona os tamanhos da estrela-mãe e do planeta respectivamente. Através deste processo, é possível a identificação de exoplanetas. Foi exactamente assim que a maioria dos já existentes e catalogados foram confirmados.
A parte acima é, particularmente, importantíssima. Haja vista que a existência da força de Lorentz confere uma característica pecular à maioria dos exoplanetas – afinal, podemos usar ondas de rádio para registar o trânsito planetário.
Mais ainda, os registos podem ser encontrados tanto na magnetosfera planetária quanto no período orbital. Ou seja, um estudo detalhado da estrutura externa do exoplaneta, por si só, já é suficiente para nos dizer se há ou não um exoplaneta nas proximidades de sua estrela-mãe. Caso a primeira tentativa falhe, ou mesmo que seja classificada como insuficiente, mede-se o período orbital do exoplaneta e comprovaremos (mais uma vez) a existência do corpo celeste.
O segredo é introduzir o conceito de fluxo de energia incidente, proveniente da estrela-hospedeira.
Os astrónomos descobriram que o poder de emissão das ondas de rádio (radiofrequência) é proporcional tanto às características electromagnéticas quanto do fluxo de energia dos ventos estelares.
A obervação deste fenómeno levou os astrónomos a notarem a relação entre taxa de perda de massa e velocidades estelares. Quanto maiores forem aquelas grandezas, mais fácil será a deteção de sinais de rádio.
Claro, a interação entre exoplanetas e ventos estelares trazem consigo assinaturas obeservacionais tais como o aumento da actividade estelar; mudança na estrutura cometária; troca entre protões e átomos de hidrogénio neutros. Tal qual acontece com o sistema Sol-Terra, mostrado na figura 01, todo material carregado proveniente do Sol interage com a atmosfera terrestre. Neste processo, é normal a ocorrência do fenómeno de ionização (como por exemplo, do hidrogénio: 2 H → H+ + H– ). Onde “H” é o átomo de hidrogénio electricamente neutro, H+ é o hidrão – nome do catião hidrogénio, segundo a IUPAC, e H– é o hidreto – nome do anião hidrogénio.
Outra vertente deste assunto seria a correção orbital e a confirmação da inexistência do nono planeta. Mas, sobre isso, eu falerei outro dia.
Dr. Nélio M. S. A. Sasaki
Coordenador do NEPA