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De Juruti, empresário Jefferson Canto se firma no mercado da moda e investe na pecuária

Por: Revista Manchetes

Santarém (PA) – São comuns os casos de paraenses saindo do Estado rumo à Manaus em busca de uma vida melhor. No entanto, muitos caem no anonimato, enquanto outros se destacam no mercado vizinho e servem de inspiração para os que pensam em seguir este caminho, sendo Jefferson Canto, um bom exemplo a ser utilizado nesta segunda opção. Natural de Juruti, o paraense de 41 anos deixou a terra natal aos 18 anos em busca de um emprego, deixando até de lado uma possível vida sacerdotal, para ajudar a humilde família. 23 anos depois, ele se tornou um dos grandes empresários do Amazonas, sendo o criador das marcas Fuga de Lula (roupas) e Pelica (bolsas, acessórios e sapatos).

“Eu vim para Manaus com 18 anos, com o objetivo de trabalhar para ajudar meus pais, que viviam uma vida muito humilde e com muitas dificuldades. Era uma pessoa em Juruti que estava se preparando para seguir uma vida religiosa dentro de um seminário, fui coroinha, crismando e fui vocacionado, cheguei a participar de muitos encontros em Santarém, Óbidos e Alenquer. Mas como era muito novo, o bispo Dom Martino achou melhor eu ter uma experiencia de trabalho e como não tinha isso em Juruti eu vim para Manaus. Chegando aqui na primeira semana eu arrumei um trabalho, com ajuda da minha irmã, em uma empresa de hortifruti e lá fiquei por três anos e meio, comecei como continuo (fazia tudo, arrumava, limpava, etc.) e saí como encarregado administrativo”.

A vida em Manaus seria do trabalho para a faculdade, mais especificamente o curso de Administração e Marketing. Além dessas formações, ele se tornou Coaching Integral Sistêmico e Pós-graduado em analista de perfil comportamental. Tais formações o ajudaram a se tornar Empreendedor e Gestor.

“A empresa que eu trabalhava passou por dificuldades, por questão de gestão, decisões e problemas familiares e em 2000 ela fechou. Ai fui estagiar na TransBrasil, através de um colega de faculdade que me indicou, e lá descobri esse negócio que estou até hoje. Vi o fluxo de cargas, me interessei, procurei olhar as notas fiscais, as origens, o produto que vinha e a qualidade daquela marca. Um dia liguei e fiz um pedido de R$ 411,00, sendo este o inicio do meu negócio. Vendia na faculdade e a tarde nos salões de beleza. Em 2001 abri minha primeira loja, em 2003 a segunda, em 2004 a terceira, em 2005 a quarta. Acabei focando duas lojas para venda no atacado, vendo para sacoleiros e lojistas, e duas no varejo – uma no centro e outra no Shopping”.

“Em 2001 criei a marca Pelica, que é uma marca feminina de bolsas, assessórios e calçados, estando no mercado há 17 anos. Comecei a produzir em Fortaleza e em 2004 passei para Goiânia. Hoje está consolidada, sendo o seu público é adulto – de 16 a 58 anos, mais precisamente 30 a 35 anos. É um produto que atinge a classe C e parte da B, classe média e média baixa, sendo um público de excelente potencial, uma fatia grande no mercado e não tanto competitivo no mercado. Em 2007 criei a marca Fuga de Lula e fechei as quatro lojas em 2009 e abri duas novas lojas em dois lugares diferentes, quando resolvi sair do varejo e trabalhar só com revenda. Neste período já atendíamos o Amazonas inteiro e parte do Oeste do Pará, além de todo o Estado de Roraima”, relata .

O ápice da Fuga de Lula foi em 2012, quando se tornou conhecida em tida a região Norte. Atualmente a marca apoia grandes eventos regionais, artistas, movimentos folclóricos como o Festribal e o Festival de Parintins. Além disso, a Fuga de Lula apoia alguns atletas do MMA e também modelos e digitais influencers de Manaus. A empresa de Jefferson tem hoje 55 funcionários e a idade média de 24 anos.

“Nossa empresa para se ter uma ideia tem praticamente índice zero de reclamações trabalhistas, uma empresa que sabe valorizar o colaborador, já que muitos dos que saem querem voltar para cá. Atualmente temos uma fabrica de confecções em Goiânia, outra no Paraná e também estamos desenvolvendo um projeto piloto de produção em Manaus. Essa é uma ideia que surgiu no ano passado e no fim de ano já produzimos mais de 2 mil camisas para atender a demanda de fim de ano, sendo isso algo que estamos fazendo gradativamente e que ainda sim já vem movimentando o grupo”, afirma.

A fuga de Lula é destinada ao público jovem e aqueles que se definem como jovens, visualmente. A marca atende o público especificamente de 16 a 38 anos, com foco maior nos de 20 a 26 anos. As roupas são slim (mais magra, leve), uma camisa mais curta, que não tem sobra de tecido, sendo mais ajustada ao corpo, assim como as calças.

Além dos negócios no Amazonas, Jefferson tem também duas fazendas em Juruti. Nelas ele trabalha com cerca de 500 animais, fazemos um trabalho de melhoramento genético com as melhores práticas adotadas nas grandes fazendas, como inseminação artificial, sistema de mineralização, pasto rotacionado, operação de pastagem com implementos agrícolas. O criatório é voltado para cria e produção de bezerros. “A fazenda foi fundada em 2011, tendo iniciado apenas com 26 animais, sendo hoje mais de 500 só da raça nelore, todos puros de origem e fazemos o trabalho de comercialização deles em Juruti, onde conseguimos dar um choque de sangue no rebanho dos pequenos criadores”.

Atualmente, o foco do empresário é fortalecer a unidade de fabricação em Manaus, mais voltado para a área de camisetas masculinas e femininas. “Estou também em novos projetos de expansão da marca para a região de goiania. Estou muito feliz e otimista”.

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