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Defensoria Pública realizou ação do Dia das Mães para presas do Centro de Detenção Provisório Feminino

Há nove meses presa no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), Francisca (nome fictício), 36 anos, não segurou as lágrimas e a emoção ao ler as cartas escritas pelos filhos e ver um vídeo com gravações dos pequenos declarando amor eterno. Já Rosa, 36, (nome fictício) pôde abraçar o filho, de 10 anos e o marido, levados à unidade neste domingo.

Por uma iniciativa do Núcleo de Atendimento à Mulher da Defensoria Púbica do Estado do Amazonas (DPE-AM), coordenado pela defensora Caroline Braz, elas e outras mulheres mães privadas de liberdade sob acusações de vários crimes, puderam viver um Dia das Mães diferente no ambiente prisional. Isso porque, aos domingos, elas não recebem visitas dos filhos menores de idade.

“Eu estou com muita saudade deles, porque minha mãe trabalha e não pode vir com eles no sábado, quando as crianças podem entrar”, explicou Francisca, chorando muito, acariciando os papéis com as palavras dos filhos.
Acusada de homicídio, ela nega participação no crime e diz ter como provar isso, mas até agora nem foi ouvida pela justiça.

Também emocionada, Rosa recebeu muitos abraços do filho de 10 anos de idade e do marido e chora por não poder estar com a filha, de 13 anos, que acabou de dar à luz a uma criança. Acusada por dois homicídios, ela já está há três anos presa com processo parado. “Ninguém ajuda a gente e somos pobres, não tenho como pagar um advogado bom”, afirmou.

Para as duas, viver um Dia das Mães como esse foi inesquecível. “Eu nunca imaginei que ele pudesse vir hoje, porque é o único dia que o pai pode trazer”, disse Rosa. Para o menino, a emoção era a única palavra. “Quero só abraçar minha mãe”, disse. Os três tiveram oportunidade de ficar a sós e a criança foi preservada de ver a mãe algemada. Para que isso acontecesse, os dois foram encaminhados para a sala onde se encontraram reservadamente.

NÚCLEO DA MULHER

“Como primeira ação do recém-criado Núcleo de Atendimento à Mulher, ficamos agradecidos pelas parcerias que possibilitaram esta ação”, afirmou Caroline Braz, ao agradecer o apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejusc), da secretária Viviane Fernandes, titular da Secretaria de Polícia para as Mulheres, da tenente Socorro Freitas, gerente do CDPF e de Zuleide Nogueira, chefe do Departamento de Reintegração Social da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Além das cartas e vídeos, integrantes da Igreja Batista da União fizeram apresentação de peça teatral, cânticos e mensagens para as detentas, que também cantaram músicas religiosas.

Houve dinâmicas que proporcionaram falas positivas e reflexão sobre a importância da união para cada uma delas, que, mesmo respondendo processos por crimes diversos, podem reescrever suas histórias.

Para as mães que se revelaram serem boas em atividades como manicure, boleira, doceira, cozinheira etc, oportunizada pela dinâmica, Zuleide Nogueira ofereceu a oportunidade de cursos a ser oferecidos às que quisessem mudar de vida.

A defensora Caroline Braz, anunciou que em breve, a Defensoria Pública fará uma ação para ouvir as mulheres naquela unidade e tomar as providências judiciais cabíveis e necessárias para garantir a liberdade às que já têm direito a esse benefício. “Ficamos muito felizes de poder realizar um evento desses, no Dia das Mães, que marcará a vida de cada uma”, finalizou a defensora.

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