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‘Farra das Passagens’: MPF cobra que políticos do AM devolvam R$ 697 mil

Parlamentares afirmam que todas as vezes que utilizaram as passagens foram dentro das regras estabelecidas pelo Congresso Nacional. Foto: Divulgação

A denúncia ainda será avaliada pela Justiça Federal, que pode aceitar ou não as denúncias do MPF envolvendo ex-deputados federais e outros políticos do Estado

Álisson Castro | d24am

Manaus – Oito ex-deputados federais do Amazonas gastaram irregularmente R$ 697 mil na aquisição de passagens aéreas, segundo denúncia apresentadas à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal (MPF), no episódio conhecido por ‘Farra das Passagens’, que denunciou 443 ex-deputados federais. A denúncia ainda será avaliada pela Justiça Federal que pode aceitar ou não as denúncias envolvendo os ex-deputados federais, incluindo os oito políticos do Amazonas.

Entre os parlamentares do Estado, o ex-deputado Francisco Praciano (PT) apresentou o maior gasto,  totalizando R$ 217.910,39, de uso de 254 passagens aéreas, segundo o MPF.

O ex-deputado federal e atual vereador na Câmara Municipal de Manaus, Marcelo Serafim (PSB) teve o segundo maior gasto com R$ 150.612,36 com uso de 213 passagens de avião.

Outro nome que aparece na lista é o do ex-deputado Sabino Castelo Branco (PTB) que, segundo a denúncia, gastou R$ 145.228,88 na aquisição de 190 passagens. Sabino deve reassumir como deputado federal por ser suplente do deputado federal Marcos Rotta (PMD), recentemente eleito vice-prefeito de Manaus.

A superintendente da Zona Franca de Manaus Rebecca Garcia também aparece na denúncia do MPF por ter adquirido 103 passagens aéreas ao custo de R$ 97.328,33, quando ocupava uma vaga de deputado federal pelo Amazonas, entre 2007 e 2011.

O ex-parlamentar Carlos Souza (PSD) é outro nome entre os denunciados e, segundo o órgão ministerial, gastou R$ 63.762,70 na aquisição de 81 passagens.

Outros nomes do Amazonas na relação são os dos ex-deputados Francisco Garcia, com gasto de R$ 6.656,58, Lupércio Ramos (PMDB) que gastou R$ 3.564,77 e o ex-deputado federal Ronaldo Leite, R$ 9.611,38. Ronaldo foi deputado entre agosto e dezembro de 2008, durante licença de Sabino Castelo Branco da Câmara dos Deputados.

Outro lado

O vereador Marcelo Serafim afirmou, em nota, que todas as vezes que utilizou as passagens foram dentro das regras estabelecidas pelo Congresso Nacional. “Ao ver as explicações de fonte do MPF no (jornal) O Globo fico ainda mais indignado, pois alega que como não conseguiu as informações solicitadas pela Câmara dos Deputados, resolveu denunciar a todos para que provem sua inocência, esquecendo-se que a regra mãe do direito fala da presunção da inocência e não da presunção da culpa. Lamento que o procurador desconsidere as regras estabelecidas pela Câmara dos Deputados e submeta 443 ex-parlamentares federais a esse constrangimento”, afirmou o parlamentar.

Segundo Francisco Praciano, todas as vezes em que usou as passagens foi para viagens institucionais e para estreitar relações com a comunidade. “Eu sempre fiz uso consciente das passagens aéreas. Antes, não havia regras e os parlamentares poderiam usar livremente a cota de passagens que sobrassem, mas eu sempre usei de forma sensata. Da minha família, apenas minha esposa usou, algumas vezes, as passagens. Meus filhos nunca usaram”, frisou.

De acordo com Praciano, as passagens usadas da cota dele também foram destinadas para levar representantes de movimentos sociais para participar de eventos, em Brasília. “Hoje, a regra mudou e isto não é mais possível. Eu até concordo em parte, mas afastou as pessoas da capital federal. Hoje, praticamente, moradores de Brasília vão aos eventos políticos da capital federal”, afirmou.

A reportagem tentou contato com os demais ex-deputados citados, mas não obteve êxito.

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