Fluminense é campeão da Primeira Liga
Título veio com gol de Marcos Júnior a dez minutos do fim
Depois de passar por troca de técnico, ter classificação ameaçada no Carioca, perder o camisa 10 e quase ver o ídolo Fred longe das Laranjeiras por desentendimento, o Fluminense teve uma noite só de festa. Ao vencer o Atlético-PR por 1 a 0, em Juiz de Fora, o tricolor é o primeiro campeão da Primeira Liga, competição que rendeu muitas brigas políticas e ainda exige mais edições para se firmar no calendário nacional.
— É a oportunidade de conquistar um título em um mês e meio e entrar na galeria dos troféus — disse Levir Culpi.
O público que não parou de chegar ao longo do jogo — por causa do engarrafamento na saída do Rio, muitos torcedores chegaram atrasados a Juiz de Fora — assistiu a uma partida movimentada e com constantes trocas de domínio por parte de uma das equipes. Fluminense e Atlético-PR não queriam levar a decisão do título para a disputa de pênaltis. Pelo menos não sem gols.
Osvaldo ditou o ritmo da primeira parte do jogo. Trocando de lugar no campo com Gustavo Scarpa, ajudou a confundir a defesa adversária. Em jogadas de profundidade e velocidade, o tricolor avançou o time e manteve a bola no ataque. Aos 9, Cícero cabeceou para área e Gérson desviou de costas para o goleiro, que conseguiu defender.

Mesmo com o tricolor mais ofensivo, os paranaenses arriscaram de longe, Sorte do Fluminense que a pontaria não estava afiada. Nas melhores chances dos cariocas, o problema foi o tempo de bola. Numa delas, Wellington Silva fez ótima jogada pela esquerda, driblou o zagueiro, mas perdeu a passada na hora de cruzar para Magno Alves. Logo depois, o lateral não alcançou cruzamento de Osvaldo.
O fim do primeiro tempo se aproximou e o Atlético-PR encontrou sua melhor marcação. O domínio trocou de mãos, com o Fluminense demonstrando certo cansaço. Foi quando o time de Paulo Autuori quase abriu o placar. Primeiro, aos 30, com o chute rasteiro de Eduardo, que passou à direita de Cavalieri. A principal chance foi aos 37: Nicão acertou a zaga e a bola sobrar para Vinícius, que chutou forte no travessão.
APOSTA NO CONTRA-ATAQUE
Ao voltar do intervalo, o Flu recuperou o fôlego e por muito pouco não abriu vantagem. Aos seis, Scarpa lançou Magno Alves, que driblou o goleiro Weverton, mas, de novo, pecou pela falta de timing. O atacante perdeu o ângulo e depois tentou cruzar para Gérson. Thiago Heleno deu um toque leve e quase fez contra. Com a dificuldade em colocar a bola nas redes nas jogadas de área, o tricolor arriscou os chutes de longe. Scarpa tentou duas finalizações, que ficaram nas mãos do goleiro.
Com a queda de produção do time, o técnico Levir Culpi resolveu renovar a equipe. Tirou Osvaldo, que cansou depois de tanta correria, e colocou Marcos Júnior. Para reforçar a marcação e deixar Cícero mais livre, substituiu Gérson pelo volante Edson. Porém, o jogo não tinha mais o vigor de antes. O Atlético-PR tratou de segurar e rodar a bola. O Fluminense apostou no contra-ataque. Num deles, aos 24, Marcos Júnior desperdiçou boa chance ao não se esticar em cruzamento na frente da área.
Porém, na segunda chance, o atacante se redimiu. Em contra-ataque perfeito, Magno Alves ganhou da defesa e lançou Marcos Júnior, que levou a bola com velocidade e usou o corpo antes de finalizar entre as pernas de Weverton e marcar o gol do título.
FLUMINENSE 1 X 0 ATLÉTICO-PR
Fluminense: Diego Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Henrique e Giovanni (Douglas); Pierre, Cícero, Gustavo Scarpa, Gérson (Edson) e Osvaldo (Marcos Júnior); Magno Alves.
Atlético-PR: Weverton, Eduardo, Paulo André, Thiago Heleno, Sidcley; Jadson (André Lima), Otávio (Deivid), Vinícius (Pablo); Marcos Guilherme, Nikão e Walter.
Gol: 2T: Marcos Júnior, aos 35m.
Juiz: Sandro Meira Ricci (Fifa-MG)
Cartões amarelos: Jadson e Gérson.
Público pagante: 23.985.
Renda: R$553.500,00.
Local: Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora (MG).
Fonte: O globo