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Garantido encerra 51° Festival de Parintins mostrando Folclore Amazônico

Responsável por abrir, na primeira noite, o 51º Festival Folclórico de Parintins, coube ao Boi-Bumbá Garantido encerrar o evento, já nas primeiras horas desta segunda-feira (27) na Ilha Tupinambarana, desenvolvendo o tema “Celebração” e destacando, como subtema, o “Folclore Amazônico”. A primeira toada foi a clássica e mundialmente conhecida “Vermelho”.

Pra emocionar, o próprio Boi Garantido chegou à Arena no meio da galera vermelha e branca nas arquibancadas, comandando o início do espetáculo.

O boi celebrou a Amazônia mestiça, cabocla, com matriz étno-cultural amríndia, percebida pelo Brasil e pelo mundo através dos espetáculos apresentados no Festival de Parintins que muito contribuíram para a visibilidade cultural da região e, consequentemente, também, para a sua preservação e conservação. O Garantido prega que a preservação da Amazônia e dos povos indígenas que aqui vivem não é uma utopia, mas uma obrigação e dever de todos.

Um dos momentos mais emocionantes da apresentação foi quando o Levantador de Toadas Sebastião Júnior cantou outro clássico – “Pura Harmonia” – só que ao violão!

FIGURA TÍPICA REGIONAL

Para celebrar o folclore amazônico o Garantido apresentou na sua última noite a Figura Típica Regional “O Seringueiro”, em homenagem aos heróicos soldados da borracha.

E é claro que não se pode falar de seringueiro sem lembrar do nordestino Chico Mendes e sua luta pela preservação, ele que pagou com a sua própria vida por ser determinado a defender a floresta amazônica. E um gigantesco Chico Mendes foi o grande destaque, com os braços abertos simbolizando uma seringueira. A alegoria, dos artistas Ito Teixeira e Carivardo, também trouxe elementos interessantes urbanos como a réplica da cúpula do Teatro Amazonas.

CELEBRAÇÃO

A alegoria da Celebração Folclórica, denominada “Amazônica”, veio a seguir, sendo concebida também por Ito Teixeira e Carivardo. Nela, o Garantido celebrou o bumba-meu-boi, que se transformou  em boi-bumbá na Amazônia, especialmente em Parintins. O conjunto alegórico mostrou na Arena os mistérios dos rios e da da selva amazônica, com seus seres encantados, as fantásticas lendas, o misticismo e a religiosidade se entrelaçam para compôr uma celebração folclórica parintinense amazônica, com a força do legado cultural deixado pelos nordestinos.

E eis que o Garantido apronta de novo, surgindo na cabeça de uma fantasmagórica cobra. No mesmo conjunto folclórico, do que em outro ser mitológico, veio em cena a Sinhazinha da Fazenda Djidja Cardoso.

LENDA AMAZÔNICA

Ícone entre as lendas amazônicas, a das Amazonas voltou à cena por parte do Boi da Baixa pela concepção do artista Francinaldo Guerreiro.

Nela, outro momento de emoção vermelha: a Cunhã-Poranga Verena Ferreira surpreendeu vindo nos braços da torcida. Ela anunciou que este ano está se despedindo do posto de mais bela mulher guerreira do Garantido.

RITUAL INDÍGENA

Yurupari é o mito mais importante dos povos indígenas do alto rio Negro, e considerado o criador dos entes protetores da natureza como o Curuoira e a Yara, mãe d`água. É o herói legislador do panteão cultural dos povos do tronco Aruak, em especial do baré, que habita o baixo rio Negro até suas cabeceiras no noroeste amazônico.

Ele foi retratado em um Ritual Indígena de alegoria gigantesca, onde o imenso ser se ergueu no centro da colossal estrutura. Kennedy Prata foi o artista que concebeu a alegoria.

Logo depois, uma grande imagem de Nossa Senhora do Carmo chegou  “levitando” na Arena, surpreendendo a todos.

Ao final da apresentação, o apresentador Israel Paulain, em tom de desabafo e alívio, disse: “Quero agradecer a nossa galera e a do contrário: nós fizemos o Festival acontecer”.

Agora, a expectativa é pela apuração do Festival, nesta segunda, às 11h, no Bumbódromo de Parintins.

SÓ DA PARAÍBA

Assim como ficou definido entre bois e  comissão organizadora do Festival Folclórico de Parintins (a 325 quilômetros de Manaus), na terceira e última noite apenas os sete itens do bloco A foram  julgados, ontem, pelos nove jurados oriundos do Estado da Paraíba.

São eles: Apresentador, Levantador de Toadas, Batucada ou Marujada, Boi-bumbá Evolução, Toada, Letra e Música, Galera e Amo do Boi.

Excepcionalmente, neste ano os bois e comissão organizadora decidiram, para efeito de economia em face da crise, trazer apenas julgadores de um Estado da Federação.

Do Acritica

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