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Manauara relata momentos de pânico e ‘paralisia’ durante atentado em Barcelona

A manauara, que mora há 13 anos na Espanha, conta que esta é a primeira vez que passa por uma situação como essa (Foto: Joel Martinez/Arquivo pessoal)

Morando a apenas 15 minutos do local em que ocorreu o ataque terrorista do grupo jihadista Estado Islâmico, no centro de Barcelona, na Espanha, a gerente comercial Gilmara Fernandes, de 33 anos, viveu momentos de pânico ao lado de sua família, nesta quinta-feira (17).

A manauara, que mora há 13 anos na Espanha, conta que esta é a primeira vez que passa por uma situação como essa e que só escapou de um destino fatal por conta de um “esquecimento”.

“Estava indo com a minha filha para a Rambla, para aproveitar as férias dela e as liquidações do lugar. Como lá nunca há onde estacionar, decidimos ir de transporte público. Já estávamos indo pegar o transporte quando me dei conta de que tinha esquecido o vale. Voltamos em casa para pegar e, por conta do horário, acabamos decidindo ir para outro lugar. Foi quando meu marido ligou para falar do atentando lá na Rambla, por volta das 17h, e disse para ficarmos onde estávamos e veio ao nosso encontro”, contou Gilmara.

De acordo com a gerente comercial, dos 13 anos em que mora em Barcelona, 11 ela passou trabalhando como comerciante de souvenirs em pontos turísticos, principalmente na Rambla, uma das mais movimentadas e emblemáticas avenidas da cidade.

“Conheço muita gente que trabalhava lá. A cada hora que passa vamos recebendo mais notícias do caos no local e aumentam o número de mortos e feridos. Vejo no noticiário cenas do local e meu coração já aperta porque não sei quem estava lá na hora. Não sei se estão bem ou feridos, vivos ou mortos. Quem fez isso sabia do significado da Rambla para Barcelona. É como se em Manaus atingissem o Teatro Amazonas”, afirmou.

Segundo ela, a cidade vive um clima de caos e paralisia no momento. Enquanto que no perímetro estabelecido pela polícia ao redor da área do atentado moradores não podem sair ou retornar para suas casas, na região onde Gilmara mora, a cinco minutos do Instituto Médico Legal (IML), a movimentação de viaturas segue intensa.

“As saídas da cidade estão fechadas, ninguém entra ou sai. Os moradores e turistas hospedados dentro do perímetro só podem se locomover lá dentro mediante uma escolta policial. Um cordão de isolamento foi posto ao redor. Amanhã, quando as coisas acalmarem, pretendo ir no local ter mais notícias dos amigos e conhecidos que trabalham lá”, disse a gerente comercial.

Para ela, ainda que a situação de impotência diante do ocorrido chegue a ser desconcertante, milhares de pessoas se solidarizaram com os parentes e amigos das vítimas do atentado e com os sobreviventes que necessitam de ajuda.

 “Não sabemos mais o que fazer. Estamos oferecendo abrigo e roupa para as pessoas afetadas. Milhares de pessoas estão doando sangue aos necessitados. Mas de fato é uma situação desconcertante”, concluiu ela.

Por Tiago Melo |  AC

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