MK 2, a “lua” de Makemake
Ultimamente o Telescópio Espacial Hubble está a observar os arredores do Sistema Solar e entre um “olhar” e outro enxergou um pequeno e escuro satélite natural a orbitar Makemake – o mais luminoso e gélido planeta anão, depois de Plutão – localizado na Cinta de Kuiper.

A “lua” de Makemake, que recebeu o cognome MK 2, chega a ser 1300 vezes mais delgada que o planeta-anão. O Hubble avistou a nova lua a uma distância de quase 21 mil quilómetros de Makemake. Ela é quase nove vezes menor que o planeta-anão. Seu diâmetro é de apenas 160 km, frente aos 1400 km de diâmetro de Makemake.

Conforme ficou determinado na reunião da União Astronómica Internacional (em 2006), durante o processo de construcção do Sistema Solar (há 4,5 mil milhões de anos) formou-se um considerável recipiente de material gélido, o qual se denominou por cinta de Kuiper. Esta foi a primeira vez que a Astronomia detetou a presença de uma lua nos arredores de Makemake.
Sublinhamos que a técnica empregada na descoberta de MK 2, foi a mesma utilizada para desvendar os pequenos satélites de Plutão. Pergunta clássica: e qual é a importância disso? A descoberta de uma lua substancia a idéia de que a maioria dos planetas-anões têm satélites naturais. Vale salientar que Makemake pertence a uma rara classe de objectos parecidos com Plutão. A descoberta de MK 2 aumenta ainda mais o paralelismo entre Plutão e Makemake. Já se sabe que ambos os planetas-anões possuem metano gelado em abundância. Porém, não sabemos ainda a densidade de Makemake. Por enquanto, as estimativas dos astrónomos sinalizam para um período orbital de 12 dias (talvez um pouco mais), se a órbita de MK 2 for circular. Qual é a utilidade dessa informação? É justamente com essa informação que os astrónomos poderão responder algumas perguntas sobre a origem de Makemake e MK 2. Qualquer que tenha sido o fenómeno que originou MK 2, a única certeza que se tem é que estamos a falar de um processo de vários milhões de anos atrás (da época em que o Sistema Solar ainda era jovem.).
Uma questão que ainda está em aberto é o facto de a lua MK 2 ter uma superfície da cor do carvão, apesar de orbitar um planeta-anão da cor da neve. Para quem não notou, a discrepância nas cores abre caminho para uma série de indagações. Sendo a principal delas a questão da formação de MK 2. Mas, falaremos sobre isso em outra oportunidade.
Dr. Nélio Sasaki – Doutor em Astrofísica, Líder do NEPA, Membro da AIU, Membro da ST/Brasil, Membro do PLOAD/Brasil, Membro da SAB, Membro da ABP, Membro da SBPC, Membro da SBF, Revisor da Revista Areté, Revisor da Revista Eletrônica IODA, Revisor ad hoc do PCE/FAPEAM, Coordenador do Planetário Digital de Parintins, Coordenador do Planetário Digital de Manaus, Professor Adjunto da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).