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Movimentos populares realizam ato de combate a violência contra a mulher em Parintins

Foto: Gilson Almeida.

Gilson Almeida | 24 Horas
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Na manhã desta quinta-feira (25), Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, movimentos populares realizaram um ato pelo fim da violência contra as mulheres ao lado da Delegacia Especializada, situada no bairro Itaúna II, em Parintins.

O ato foi organizado pela Articulação Parintins Cidadã, Teia de Educação Ambiental e Interação em Agrofloresta, Coletivo Mulheres de Fibra da Amazônia, Associação de Mulheres Vitória Régia, Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde, Associação do Movimento de Mulheres da Amazônia e Marcha Mundial das Mulheres.

No evento foi feito o plantio de uma muda da espécie aroeira em solidariedade a todas as mulheres assassinadas, que tiveram seus direitos silenciados e que foram vítimas da covid-19. Além disso, foi feito palavras de ordem e panfletagem, como explica uma das organizadoras, Fátima Guedes.

“Essa árvore que nós trouxemos é um pé de aroeira, uma espécie nordestina, mas que se adapta muito bem aqui na Região Norte. E a aroeira é uma árvore feminina e ao mesmo tempo ela produz flores masculinas e femininas. Ela era uma é espécie muito usada por parteiras tradicionais para cuidar de inflamações do aparelho reprodutor das mulheres, do aparelho urinário e usavam também o banho de assento depois do parto. Nós plantamos esse pé de aroeira como um símbolo e pedimos a toda comunidade que está aqui presente que, ao passar por aqui, transmita as energias que esse pé de aroeira precisa para se reificar como referência de luta, de combate a violência contra as mulheres”, salientou.

Uma artesã de 39 de anos participou do movimento e conta que este dia de combate a violência contra as mulheres é um dia muito importante. Ela se emocionou no evento ao relatar sobre o caso de sua filha de 21 anos que foi violentada sexualmente por seu patrão quando tinha 16 anos e a família não teve nenhuma resposta da Justiça até o momento.

“Essa mobilização aqui pra mim tem outro significado, de chamar as autoridades para os casos de violências sofridas pelas nossas meninas em que elas foram vítimas de violência sexual, chamar as autoridades para que quando esses homens têm dinheiro eles arquivam os casos e ficamos a mercê deles, de pedir das nossas autoridades que elas olhem com mais carinho e atenção as nossas jovens, as nossas mulheres que são violentadas e mortas muitas das vezes. Eu como mãe não posso dizer que não sinto isso na pele porque eu sinto”, falou emocionada.

Conforme a assistência social Nayara Maura, da Delegacia Especializada que trata sobre os casos de violência contra crianças, idosos e mulheres, os casos registrados na delegacia de violência contra a mulher nesse ano praticamente já duplicou em relação aos anos anteriores. “Esses números sempre aumentam, na pandemia principalmente teve um número bastante alto de denúncias relacionadas a violência contra a mulher, basicamente a violência doméstica. Em 2019 nós tivemos 171 denúncias e em 2020 tivemos 227. Agora em 2021 ainda estamos contabilizando, mas esse número praticamente dobrou. Então estamos tendo bastante denúncias, bastante casos. São solicitadas em média duas medidas protetivas por dia e aí vemos a problemática bem preocupante aqui no município”, relatou.

A Delegacia Especializada faz todo o procedimento criminal e o núcleo de serviço social que presta serviço para a delegacia, em conjunto com todos profissionais da Polícia Civil, realiza o trabalho de acolhimento, prestação de informações e orientações a respeito dos procedimentos que serão iniciados. Está previsto para o Governo do Estado disponibilizar mais uma assistente social e um psicólogo para o núcleo de serviço social atuar na demanda do município.

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