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‘Não era sobre vencer, sempre foi sobre lutar’, manifestam apoiadores da candidata trans no concurso Garota Expopin

Foto: Pedro Coelho.

Eldiney Alcântara | 24 Horas
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A eliminação da candidata transexual do concurso Garota Expopin 2021, Priscilla Mollinary, causou manifestações de apoio à igualdade de gênero e combate ao preconceito e homofobia. Ela entrou para a história do evento e a participação dela agitou a disputa, tornando-se a edição com maior número de concorrentes e divulgação nos veículos de comunicação e redes sociais.

Mollinary tem histórico de vitórias nos concursos em Parintins. A simples presença da candidata gerou polêmica, discussões e quebrou tabus. Ela precisou recorrer à Justiça para ser aceita no concurso como mulher trans e sua participação na Expopin tem uma representatividade enorme na guerra de gênero, luta contra o preconceito, homofobia e qualquer outro tipo de discriminação e intolerância.

Para o amigo e assessor de Mollinary, Anderson Cardoso, a presença dela na disputa é uma luta que vai muito além do simples fato de vencer um concurso. “Não era sobre vencer, sempre foi sobre lutar. Travamos juntos essa batalha e nunca nos sentiremos fracassados. Obrigado Mollinary Rainha por nos ensinar a ser persistente e a lutar com garra para realizar nossos sonhos. Você nos deu alegria e emoção em apenas 3:30 nos deixou em êxtase na sua apresentação. Traga outra porteira seu moço, que essa porteira cheia de preconceito, homofobia e transfobia foi quebrada. Você entrou para HISTÓRIA. #SomosResistência”, declarou emocionado.

João Marcos Coelho usou as redes sociais para manifestar a representatividade de Mollinary no concurso. “Esse ano, a EXPOPIN entrou pra história com a participação da primeira mulher trans no concurso da Garota EXPOPIN. Não foi fácil, não foi uma simples inscrição, mas ela lutou pelos seus direitos e conseguiu entrar. Fez uma bela apresentação, todos ali estavam por ela, não desmerecendo as demais candidatas, mas o talento era inegável, e sua luta e representatividade chamou a atenção”, destacou.

Na discussão sobre gênero e sexualidade, o doutorando em saúde coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Alex Brandão, ressalta que “a população transexual tem assegurado por lei os mesmos direitos que pessoas cisgenero”. Ele se mostrou emocionado pela participação de uma mulher trans num concurso tão tradicional. Mas, ele acredita que a população parintinense precisa de mais informações e conscientização. “Ainda existe uma marginalização dessas pessoas. O preconceito, que por lei é crime, ocorre justamente por essa falta de informação. Dar opinião sobre a identidade de gênero das pessoas é algo sem fundamento, pois não posso opinar sobre você ser homem xis ou mulher xis. As indiferenças e o preconceito levam essas pessoas a vulnerabilidades sociais, por isso se faz nescessário a inclusão de todas essas pessoas. Quando falamos em transexualidade, estamos falando de identidade, não tem nada a ver com orientação sexual”, criticou.

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