Opinião: Castanhal pede socorro

Joel Araújo

Combinado com outros sérios problemas, o déficit habitacional e desemprego, oportunamente, o debate ambiental ressurge. Nesta semana em que comemoramos o Dia do Meio Ambiente presenciamos e não apenas assistimos de longe, pois trata-se de algo que nos diz respeito diretamente, mais uma investida contra os castanhais de Parintins.

Tais fatos reforçaram o sentimento de falta de gestão de espaços públicos que deveriam compor um conjunto de ações não só pela conservação ambiental, mas também pelo uso público com turismo, esporte, educação, pesquisas, encontros, passeios, experiências como as da interpretação ambiental (Conceito crescente no meio acadêmico). Assim, deixamos de possuir 25 áreas apontadas pelo plano diretor para a criação de Unidades de Conservação para os mais diversos objetivos de manejo.

Ocorre que a castanheira por si só já seria motivo suficiente pra que houvesse uma reação da sociedade e do poder público, afinal ela consta da lista de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e é um dos maiores símbolos da Amazônia. Esta que nos deu a missão de defender aquela que é dada como sua rainha, a Rainha da Amazônia, a castanheira.

Lembro bem, e não me deixa descansar, da fumaça que cobriu a cidade no verão passado. Cuidar de nossas áreas verdes certamente vai diminuir esse tipo de problema ambiental. Assim, penso que é a hora de se criar de direito a Unidade de Conservação do Castanhal, pois a sociedade já lhe reconhece como tal, faltando apenas poucos trâmites previstos nos Sistemas Nacional e Estadual de Unidades de Conservação.

Tenho apreciado esse debate e tenho sugerido a categoria de “Parque Natural Municipal do Castanhal”, pois assim determina que seja Criar um espaço popular, democrático, sustentável, científico, esportivo, cultural que permita o convívio das pessoas com a natureza.

* Geógrafo parintinense