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Polícia ouve presos das celas onde ocorreram mortes na UPP

Seis detentos foram mortos na sexta-feira dentro da UPP. Foto: Eraldo Lopes/ Diário do Amazonas

Manaus – A Polícia Civil continua, neste sábado (8), os trabalhos de oitiva dos presos que ocupam as celas onde ocorreram seis mortes, na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). O trabalho vai tentar identificar os responsáveis pelos assassinatos dessa sexta-feira (7).

As seis mortes de detentos são resultados de um rixa entre os líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN), João Pinto Carioca, o ‘João Branco’ e Gelson Lima Carnaúba, segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), Sérgio Fontes.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) suspendeu visitas na unidade por tempo indeterminado e informou que, até o momento, não há previsão de transferência de detentos.  A entrega de alimentos e banho de sol dos presos também foram suspensas, segundo o titular da Seap, Cleitman Rabelo.

Mortes

Um dos detentos assassinados foi Janderson Araújo da Silva, o ‘Boca Rica’, da galeria 3, cela 8. De acordo com a SSP, ele era o homem da linha de frente do comando do tráfico de João Branco. Conforme informações da Seap ele foi morto por 11 colegas de cela, ainda enquanto dormia.

Além de Boca Rica, também foram assassinados Leonardo Almeida de Souza, o ‘Leleo’, que foi encontrado amarrado e decapitado, na cela 06, galeria 1. Leleo foi preso em 2014 junto com Marcos Henrique Neves de Lima, que também foi executado na galeria 2, cela 6; Tiago de Araújo, da galeria 3, cela 03; Felipe Xavier Oliveira, o ‘Cachorro Louco’, da galeria 03, cela 03; e Felipe Gonçalves Marques, da galeria 03, cela 05, informou a Seap.

Tiago de Araújo foi preso em março deste ano, com pistola e documento falso. À época, estava foragido do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Já Felipe Gonçalves estava preso desde outubro de 2015, por roubo e porte ilegal de arme de fogo.

Felipe Xavier, o ‘Cachorro Louco’, foi preso em fevereiro deste ano, suspeito pela morte de Josanne Maria Almeida da Silva e da companheira dela, Ana Paula da Silva Pereira, durante um assalto, na zona sul de Manaus, durante um assalto.

A Seap informou que não houve nenhum motim ou rebelião na UPP, apesar do assassinato de seis detentos. A Secretaria se baseia no fato de que os internos não apresentaram oposição às forças policiais, reivindicações e fizeram danos ao patrimônio público.

Rompimento

Conforme informações de familiares dos detentos, as mortes foram decretadas a mando dos líderes da FDN Gelson Carnaúba e Zé Roberto e estavam sendo planejadas há cerca de uma semana. De acordo com o secretário, Sérgio Fontes, houve um rompimento entre a liderança da organização criminosa.

Na tarde desta sexta-feira, durante o motim, os presos gritavam de dentro do presídio o nome do ‘Mano Zé’, se referindo a Zé Roberto e exaltavam as mortes dos detentos, principalmente do presidiário ‘Boca Rica’. Em áudios enviados aos familiares, por meio de WhatsApp, os presos faziam referência a traição praticada por João Branco.

Controle

De acordo com o secretário da Seap, Cleitman Rabelo, os presos estavam trancados dentro dos pavilhões há cerca de dois dias. A tranca, segundo ele foi feita para conter os ânimos dos presos que estavam exaltados.

 A UPP tem 1.292 detentos, excedente de 110%, considerando que a unidade tem apenas 614. É o presídio do Amazonas com o maior número de internos.

Do d24

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