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São Paulo cai na Libertadores e se revolta com arbitragem

São Paulo – A lógica e o favoritismo do Atlético Nacional se confirmaram: na noite desta quarta-feira, em Medellín, no estádio Atanasio Girardot, o São Paulo perdeu por 2 a 1 e foi eliminado pelo time colombiano na semifinal da Copa Libertadores da América. A partida começou com pressão e gol do time comandado por Edgardo Bauza, mas com resposta rápida do Atlético Nacional, que agora espera o segundo jogo entre Boca Juniors e Independiente Del Valle para conhecer o adversário que enfrentará na final.

O primeiro gol da partida foi do argentino Jonathan Calleri, logo aos oito minutos, depois de cruzamento de Michel Bastos e finalização de cabeça. Sete minutos depois, o Atlético Nacional pegou a zaga do São Paulo aberta e enfiou bola entre Bruno e Lugano para Borja, autor dos dois gols no Morumbi, empatar a partida. No fim do primeiro tempo, a arbitragem não assinalou pênalti claro em Hudson, que gerou revolta dos são-paulinos – a partida tomaria contornos dramáticos no segundo tempo, com mais protestos são-paulinos, depois de duas expulsões após o segundo gol do Nacional, em cobrança de pênalti.

Com a derrota por 2 a 0 no Morumbi, o São Paulo é eliminado com o placar agregado de 4 a 1 para o Atlético Nacional. O Independiente Del Valle venceu o primeiro jogo no Equador por 2 a 1 e joga nesta quinta-feira na Bombonera, na Argentina, o jogo de volta contra o Boca Juniors, no outro confronto da semifinal.

Se no Morumbi o São Paulo teve o zagueiro Maicon expulso em decisão duvidosa da arbitragem, nesta quarta-feira, em Medellín, outra decisão comprometeu a atuação são-paulina. Nos acréscimos do segundo tempo, Michel Bastos encontrou Hudson na área em belo passe, foi derrubado com um empurrão e viu o chileno Patricio Polic não assinalar o pênalti que pareceu claro. O volante saiu revoltado de campo: “Não é possível, eu estava de frente pro gol, pronto pra fazer o gol, ele me empurrou por trás”.

No segundo tempo, um cruzamento do Atlético Nacional para a área são-paulina terminou com bola na mão de Carlinhos, em lance em que o árbitro assistente assinalou pênalti. A decisão fez com que mais uma vez os jogadores do clube paulista reclamassem, em protesto que rendeu cartão amarelo para Lugano. Borja, sempre ele, cobrou e converteu.

Miguel Borja comemora gol diante do São Paulo
Miguel Borja comemora gol diante do São Paulo

Após a cobrança de pênalti, que selou a virada do Nacional, por 2 a 1, no fim do segundo tempo, a arbitragem expulsou Diego Lugano e Michel Bastos por reclamações, e depois voltou atrás, confirmou o cartão vermelho para o uruguaio, mas trocou a expulsão de Michel Bastos por Wesley. A confusão gerou muitas reclamações de atletas e comissão técnica do São Paulo.

Cerca de uma hora antes do apito inicial apenas um jogador foi visto no gramado do Atanasio Girardot: Jonathan Calleri, com fones de ouvidos e ainda sem calçar chuteiros, passeou solitário pelo campo em que jogaria dali a pouco. Quando soou o apito inicial, bastaram oito minutos para que ele encontrasse um gol – o nono dele na Copa Libertadores, marca que lhe dá a artilharia isolada da competição. Depois, ainda acertou o travessão, novamente de cabeça.

Calleri, como em outras ocasiões, foi quem mais brigou pelo São Paulo, quem mais discutiu e quem mais buscou alternativas para marcar. Este, contra o Atlético Nacional, pode ter sido o último jogo dele com a camisa do clube que defende desde janeiro, uma vez que tem contrato apenas até o próximo dia 31 e está convocado para a seleção olímpica da Argentina, que já se apresentou para o início dos treinamentos para a competição.

Em excelente fase, o atacante Miguel Borja, 23, brilhou de novo. Reforço do Atlético Nacional para a semifinal, ele fez os dois gols no Morumbi e também foi o autor do gol de empate no Atanasio Girardot nesta quarta-feira. Responsável não só pelos gols, ele provocou momentos de pânico na defesa são-paulina ao chegar com extrema velocidade na área, sem marcação dos zagueiros, em jogadas pela lateral.

Apesar do bom desempenho coletivo do São Paulo, as investidas do Nacional demonstraram falhas principalmente dos dois laterais: pela esquerda, Eugenio Mena levou bola às costas em diversos lances no primeiro tempo, enquanto Bruno, pela direita, em outros lances não conseguiu acompanhar a marcação.

No segundo tempo, mais uma jogada protagonizada por Borja terminou em lance de brilho do próprio Bruno. O artilheiro entrou na área driblando Denis, deixou a bola para o companheiro Berrio, que finalizou e viu Bruno tirar a bola da direção do gol, pouco antes de cruzar a linha.

Criticado pela decisão de não colocar Lugano, mas sim Hudson, ao ter Maicon expulso no Morumbi, o técnico Edgardo Bauza mostrou que fez opções que resultaram numa boa atuação do São Paulo em Medellín. Sem Ganso e Kelvin, escolheu escalar Centurión como segundo atacante, pelo centro do campo, e Wesley na ponta direita.

Nem Centurión nem Wesley tiveram atuações individuais brilhantes, mas participaram dos principais movimentos ofensivos do time no início do jogo. A partida que sinalizava uma vitória fácil do Nacional se mostrou logo de início diferente daquilo que se esperava.

Opinião dos blogueiros

PVC: “O Atlético Nacional vai à final porque é o melhor time da Libertadores. Mas que a arbitragem ajudou, isso ajudou”.

Julio Gomes: “Foi uma Libertadores guerreira. De resgate, de mostrar que a camisa tem peso, de mostrar que o trabalho de Bauza merece crédito para anos. O São Paulo merece palmas, caiu de cabeça erguida”.

Menon: “A derrota foi dura e injusta. Mas há o resgate da dignidade, há o fato de ter ido além dos rivais brasileiros e há o futuro aí. É necessário agir rapidamente e não ficar usando muleta”.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO NACIONAL X SÃO PAULO

Local: Atanásio Girardot, em Medellín (COL)

Árbitro: Patricio Polic (CHI)

Auxiliares: Marcelo Barraza (CHI) e Christian Schiemann (CHI)

Cartões amarelos: Mejia / Hudson, Centurión, Lugano

Cartão vermelho: Wesley e Lugano

Gols: Calleri / Borja (2)

SÃO PAULO: Denis; Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena (Carlinhos); Hudson (Alan Kardec) e Thiago Mendes; Wesley, Centurión (Luiz Araújo) e Michel Bastos; Calleri. Técnico: Edgardo Bauza.

ATLÉTICO NACIONAL: Armani; Bocanegra (Aguillar), Sanchez, Henriquez e Diaz; Mejía, Pérez (Guerra), Macnelly Torres, Guerra e Marlos Moreno; Borja. Técnico: Reinaldo Rueda

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