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Testemunha do caso Marielle diz estar jurada de morte por miliciano

Delator procurou a polícia para relatar encontros suspeitos entre o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, preso em Bangu 9, e o vereador Marcello Siciliano (PHS-RJ)

Uma testemunha-chave procurou a polícia para fazer revelações importantes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes.

Em três depoimentos, obtidos com exclusividade pelo O Globo, ela relatou reuniões entre um miliciano, o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, que atualmente está preso em Bangu 9, e um político do Rio de Janeiro, que seria o vereador Marcello Siciliano (PHS-RJ).

O assunto tratado nestes encontros teria relação com prejuízos causados pela luta da vereadora contra o avanço de grupos paramilitares em comunidades de Jacarepaguá, onde o grupo de Orlando atuava.

Nesta quarta-feira (9), o jornal divulgou que a decisão da testemunha em delatar a milícia foi tomada porque ela está sendo ameaçada de morte por Orlando. A testemunha chegou a trabalhar para a milícia, mas saiu do grupo em setembro do ano passado.

“Orlando foi preso um mês depois. Ele acha que a denúncia foi minha. Não tive nada com isso”, afirmou a testemunha.

O delator admitiu que instalava TV a cabo clandestina com dois policiais militares na comunidade da Boiúna, em Jacarepaguá. Até que Orlando assumiu todo o controle da favela. “Em 2015, Orlando de Curicica matou um dos meus sócios e me procurou. Deixou claro que eu poderia morrer também. Entreguei tudo para ele e entrei para a quadrilha. Até acontecer um problema: pedi para sair, mas ele não deixou. Passei, então, a ser uma espécie de segurança. A tarefa principal era dirigir para o filho e a mulher dele”, completou.

Suspeitos

Nos seus depoimentos, a testemunha afirmou que, durante os encontros da milícia, foram mencionados os nomes de outros integrantes do bando, que teriam participado da execução da vereadora.

Ainda conforme a delação, em um deles, o vereador Siciliano chegou a falar alto: “Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando”, as informações são do Jornal Nacional de ontem (8).

A testemunha disse ainda que a desavença entre o vereador e Marielle foi motivada pela expansão das ações comunitárias dela na Zona Oeste, em áreas de interesse da milícia. A vereadora do PSOL teria começado a apoiar os moradores da Cidade de Deus, comprando briga com Siciliano e o ex-PM, que têm uma parte do seu reduto eleitoral na região.

De acordo com a testemunha, foi Orlando Oliveira de Araújo quem deu a ordem de matar Marielle, de dentro da cadeia, um mês antes da execução.

O vereador se pronunciou e disse que tudo não passa de “uma covardia”. “Sou um homem de bem, correto. Não sou safado. Não sou criminoso. Tenho família. Tenho quatro filhos, três netos. Todos estão me ligando, preocupados. A Marielle era minha amiga. E não faria isso (assassinar) nem com a Marielle, nem com ninguém”, afirmou Siciliano.

Com informações do NPM

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