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Ventos Solares e as auroras boreal e austral

Fig01: Magnetosfera terrestre.

Os ventos solares constituem a fonte de energia para as auroras boreal e austral. Essa é a conclusão dos estudos realizados por investigadores, através de uma parceria envolvendo o Japão e os Estados Unidos da América.

 Afinal, como a magnetosfera terrestre absorve  a energia  dos ventos solares?

Para responder essa questão uma equipa  de investigadores  japoneses  e norte americanos  está a analisar os dados obtidos pela missão nipo-americana GEOTAIL  e pelos  satélites MMS da NASA.  Em princípio,  esse estudo revelou   que  a reconexão magnética pode alimentar  as auroras boreal e austral.

Para  observar  a região mais interna da magnetosfera, os japoneses  planeiam  o lançamento de uma nova  nave espacial. A expetativa é que  os satélites  GEOTAIL e ERG ajudem-nos  a entender  melhor os fenómenos que  ocorrem  no geoespaço.

Fig02: Concepção artística do satélite GEOTAIL.
Fig02: Concepção artística do satélite GEOTAIL.

Chamamos de  geoespaço à região espacial aos redores da Terra.  É uma região não muito pacífica, por exemplo: o vento solar é prejudicial para a vida em nosso planeta. Você não está a sentir os efeitos  mais   graves que  os ventos solares podem provocar graças  à magnetosfera da Terra, que   funciona como um escudo e nos fornece  proteção  invisível  contra os tais ventos solares. Na figura 01 podemos observar a magnetosfera a proteger o planeta Terra.

A interacção  entre  vento solar e magnetosfera terreste  pode  causar vários  fenómenos, como a aurora. Segundo os estudos nipo-americanos  teríamos os seguintes processos:

  1. A energia do vento solar  entra  na magnetosfera terrestre;
  2. A cauda da magnetosfera armazena a energia;
  3. A energia armazenada  é transferida para as partículas (carregadas do plasma);
  4. As partículas energéticas se movem em direcção à região  polar  ao longo das linhas  do campo  magnético e,  então,  provocam a aurora.

Actualmente, acredita-se que a religação magnética seja  o mecanismo-chave envolvido nas etapas (a) e (c). A equipa também se concentrou em  detetar  o desaparecimento de cordas magnéticas. Ou seja, quando o processo de reconexão magnética  ocorre  em vários  locais, são produzidas  cordas magnéticas   compostas por linhas de campo magnético. Acredita-se que as cordas magnéticas são maiores quando arrastadas pelos jatos de plasma. Entretanto, a equipa descobriu que, por várias vezes,  as cordas magnéticas  desaparecem. Em princípio, isso significa que a energia do vento solar não necessariamente entra na magnetosfera, apesar da recombinação magnética. Dito de outra forma, as cordas magnéticas  podem evitar a entrada  de energia oriunda do vento solar. Depois de realizada, a religação magnética continua  ao longo de um período de pelo menos 5 horas.  A equipa nipo-americana estima que a linha de reconexão magnética se estenda por uma distância de aproximadamente 70 mil quilómetros.

Por fim, a equipa nipo-americana concluiu que  o processo  de reconexão  magnética  é suficiente  para tirar  a energia  do vento solar  e induzir  auroras (boreal e austral). Ainda mais, as actividades  de auroras  (boreal e austral)  são reduzidas no verão  e inverno. Desta forma,  a passagem  da linha de reconexão magnética pode estar relacionada com as variações  sazonais  das actividades das auroras.

Dr. Nélio Sasaki – Doutor em Astrofísica, Líder do NEPA/UEA/CNPq, Membro da SAB, Membro da ABP, Membro da SBPC, Membro da SBF, membro da UAI, membro da PLOAD/Brasil e ST/Brasil, Revisor da Revista Areté, Revisor da Revista Eletrônica IODA, Revisor ad hoc do PCE/FAPEAM, Coordenador do Planetário Digital de Parintins, Coordenador do Planetário Digital de Manaus, Professor Adjunto da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

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